Há quarenta anos o governo militar descia ao vale do Araguaia, para combater guerrilheiros que sonhavam implantar no país, uma nova ordem política e social. Alguns radicais queriam trocar a ditadura brasileira tocada a samba, futebol e de credo religioso livre pelo ateísmo do comunismo russo. Outros combatentes mais light, idealizavam um socialismo moreno, que fosse adaptado aos costumes e hábitos do povo brasileiro. Acusando os militares de “entreguistas e borra botas dos yanques ,” os jovens combatentes da guerrilha do Araguaia, do Movimento de Libertação Nacional, MR-8, Vanguarda-Palmares e tantos outros grupos armados resistentes ao regime militarista que tomou o comando do país em 1964, diziam abertamente que; “os milicos torturadores e vendilhões da pátria, entregavam as riquezas minerais da Amazônia aos estrangeiros e dispunha todo o país, aos interesses do capitalismo selvagem.”
Durante a fase mais dura da nossa “ditadura,” que rolou pelo idos da década de setenta, a jovem Dilma Rousseff , enfrentava pelas ruas do país, os bravos cães da policia militar, os agentes delatores do temido SNI- Serviço Nacional de Informação e o próprio Exército brasileiro, juntamente com um monte de “amiguinhos armados e dispostos a morrerem pela pátria.” Vários desses seus colegas se tornaram anos mais tarde, membros da famosa e conhecida “quadrilha do mensalão,” enquanto a “ex-terrorista e guerrilheira” Dilma Rousseff, por ironia do destino e sob as bênçãos de “São Lula,” se elegia em 2010, presidenta da República.
Paradoxalmente, os mesmos que atiravam nos generais, dizendo que estes eram capachos do capitalismo internacional no momento, se voltam contra os interesses de milhares de cidadãos brasileiros. De posse do poder e do cavalo de batalha da nação, a presidenta Dilma, ordena o Exército, a Força Nacional e todo o aparato institucional de seu governo, de volta ao Araguaia, para oprimir o povo e espalhar o terrorismo estatal. A operação militar montada para despejar da suiá-missu, a ferro e a bala milhares de famílias que ocupam a área, cerceando o direito ao contraditório no Supremo Tribunal Federal, STF, além de violar o estado de direito democrático do país, revela o caráter revanchista e vingativo da ex-guerrilheira, agora, senhora poderosa dos destinos da pátria.